O CÓLERA
O cólera é uma daquelas doenças que resultam das precárias condições de infra-estrutura, isto é, falta de saneamento básico, e de alimentação, que afetam grandes camadas de nossa população. O cólera, que infelizmente tanto destaque ganhou em nossos meios de comunicação (sobretudo TV e jornais), é uma epidemia causada pela bactéria Vibrio Cholerae - quer, dizer, vibrião (isto é, bactéria em forma de bastonete recurvado) do cólera. A doença é transmitida principalmente pela água e pelos alimentos contaminados, como hortaliças irrigadas com água contaminada e utilizadas, isto é, consumidas sem a devida higiene. Brasil chegou a registrar em 1992 cerca de 12.000 casos de cólera, principalmente no Nordeste. Devidamente tratada, a cólera não alcança nem 2% de índice de mortalidade, mas, em nossas precárias condições (que são também as de tantos países do terceiro Mundo), a taxa pode chegar ao absurdo de 50%. O principal problema, como se sabe, é a desidratação. E o tratamento é simples: reidrantando-se o doente por via oral e endovenosa, e ministrando-se um antibiótico contra a bactéria, ocorre a recuperação do doente.
Em síntese, eis as precauções a seguir, no caso do cólera:
1) PRECAUÇÕES NO PREPARO DE ALIMENTOS
As frutas, os legumes e as verduras que vão ser consumidos crus, têm de ser lavados com água tratada e depois colocados numa solução (isto é, uma mistura) feita com um litro de água e uma colher de chá de hipoclorito de sódio a 2,5% (ou água sanitária) durante 30 minutos. Em seguida, deve-se lavar de novo os alimentos com água tratada. As verduras e os legumes preferencialmente devem ser consumidos cozidos. Devem ficar em água fervendo por 15 minutos, no mínimo. Nos períodos de epidemia, devemos terminantemente nos abster de consumir peixes ou crustáceos crus ou mal cozidos. Já as carnes de frango e bovinas têm de ser cozidas em fogo alto durante 15 minutos, no mínimo. Só consumir leite pasteurizado. Não sendo, vale de novo a "regra dos 15"; ou seja, ferver o leite durante 15 minutos.
Em termos de higiene, evite usar a mesma faca para cortar aos alimentos crus e os cozidos; lave bem as mãos antes de preparar qualquer alimento; lave todos os utensílios domésticos antes de usá-los; evite frutas com casca (ou então, lave-as muito bem).
2) PRECAUÇÕES NA CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
O melhor é consumir imediatamente, os alimentos cozidos. Na impossibilidade, guardar na geladeira em potes fechados. Lembrete: feijão, frango, lentilhas e batatas, mesmo cozidos, mas inadequadamente conservados, são propícios à multiplicação do vibrião colérico. E a regrinha básica: nunca deixe os alimentos descobertos.
3) CUIDADOS FORA DE CASA, NOS PERÍODOS OU LOCAIS DE CASOS DE CÓLERA
Evite comer na rua - frutas, sanduíches, "sorvetes caseiros", raspadinhas e garapa.
4) CUIDADOS COM A ÁGUA
Como no Brasil vastas regiões carecem de água tratada, ou o tratamento é de pouca confiabilidade, o certo é ferver por 10 minutos a água a ser consumida. Evite consumir água de bicas, fontes ou poços. Na impossibilidade, ponha duas gotas de hipoclorito de sódio (que é distribuído gratuitamente nos posto da saúde) antes de ingerir o líquido.
As caixas de água requerem lavagem pelo menos duas vezes por ano.
5) OUTRAS RECOMENDAÇÕES
Os insetos, sobretudo as moscas e a baratas, entrando em contato com esgoto ou água contaminada, podem transmitir o Vibrio Cholerae mediante as patas. Combata-os! Evite tomar banho em praias, lagoas ou rios contaminados. E lave bem as mãos, antes das refeições e ao ir ao banheiro.
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