19 de out. de 2008

Inalantes e solventes - drogas que fazem mal

Inalantes / solventes

Inalante: toda a substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pela boca ou nariz.

Solvente: substância capaz de dissolver coisas. Via de regra, todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, evapora-se muito facilmente podendo, por isso, ser inalado. Devido a essa característica, são, portanto, chamados de inalantes. Muitos dos solventes ou inalantes são inflamáveis.

Aspectos históricos e culturais:::

Os solventes começam a ser utilizados como droga de abuso por volta de 1960 nos EUA. No Brasil, o uso de solventes aparece no período de 1965-1970.
Hoje, o consumo de solventes se dá muito em países do chamado Terceiro Mundo, enquanto que em países desenvolvidos a freqüência de uso é muito baixa.
Os solventes são drogas muito utilizadas por meninos em situação de rua como forma de, por exemplo, sanar a fome; e por estudantes de 1º e 2º graus dado seu fácil acesso e baixo custo. Eles podem ser aspirados voluntariamente (caso dos meninos de rua que cheiram cola de sapateiro) ou involuntariamente (trabalhadores de indústrias de sapatos ou de oficinas de trabalho, expostos ao ar contaminado por essas substâncias).
A cena é chocante, porém comum em grandes cidades: garotos e garotas de rua, drogados por inalarem cola de sapateiro, cambaleando pelos cantos, doentes e sem perspectiva ou força de vontade para fazer mais nada na vida. As estatísticas confirmam essas imagens. Dados mostram que, nas grandes cidades, até 80% das crianças e adolescentes que vivem nas ruas já experimentaram o produto. Os solventes inaláveis são a segunda droga ilícita mais consumida no País e perdem apenas para a maconha. A famosa cola de sapateiro, dos meninos de rua. Produz sensação de euforia e excitação, pertubaçãoes auditivas, visuais e até alucinações
O clorofórmio e o éter chegaram a servir como drogas de abuso em outros tempos e depois seu uso foi praticamente abandonado. No Brasil, a moda voltou com os lança-perfumes trazidos da Argentina.
Por volta de 1960, os lança-perfumes, que eram feitos de Cloreto de Etila, começaram a ser aspirados para dar sensação de torpor, tontura e euforia. O Quelene, anestésico local, formava par com o lança-perfume e era empregado fora das épocas de Carnaval, quando a disponibilidade do lança-perfumes era menor. Muitas pessoas morreram de parada cardíaca provocada por essa droga e, por volta de 1965, o governo brasileiro proibiu a fabricação dos lança-perfumes e do Quelene. Contudo, começaram a surgir referências ao retorno do uso de lança-perfumes, só que como um produto à base de clorofórmio e éter.

Efeitos físicos e psíquicos:::

Após a aspiração, o início dos efeitos é bastante rápido. Entre 15-40 minutos já desapareceram. O efeito dos solventes vai desde uma pequena estimulação, seguida de uma depressão, até o surgimento de processos alucinatórios. Os principais efeitos são caracterizados por uma depressão da atividade do cérebro.

O aparecimento dos efeitos após a inalação foi dividido em 4 fases:

1a. fase: fase da excitação. A pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Podem aparecer náuseas, espirro, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas.


2a. fase: a depressão começa a predominar. A pessoa entra em confusão, desorientação, fica com a voz pastosa, começa a ter a visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez e começa a ver e a ouvir coisas.


3a. fase: a depressão se aprofunda com redução acentuada do estado de alerta, incoordenação ocular, incoordenação motora, fala "enrolada", reflexos deprimidos, já podendo ocorrer processos alucinatórios.

4a. fase: aparece a depressão tardia, podendo chegar a inconsciência. Há queda de pressão, sonhos estranhos, podendo ocorrer surtos de convulsão. Há possibilidade de se chegar ao coma e à morte.

A aspiração repetida, crônica, pode levar à, causando lesões irreversíveis e muitos efeitos nocivos ao organismo.

Principais reações e danos:

· destruição dos neurônios
· dispnéia
· podem produzir fibrilação ventricular e arritmias
· taquicardia
· deixa o coração muito sensível à adrenalina
· apatia, com dificuldade de concentração e déficit de memória
· aumento do volume do fígado
· rompimento de vasos sangüíneos nos rins
· inflamações e deformidades vasculares
· lesão dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os nossos músculos.
· lesão de medula óssea, resultando diminuição da produção de glóbulos brancos, vermelhos e anticorpos
· alterações nos órgãos de reprodução
· hemorragias cerebrais
· insônia e depressão
· redução do campo visual
· alterações dos sistemas auditivo, olfativo, cutâneo e gustativo
· perda da sensibilidade nas mãos e nos pés
· demência senil

Não há, na literatura médica, afirmativas claras de que os solventes possam levar à dependência. Os usuários utilizam os inalantes por vários dias da semana, por longos períodos das suas vidas, em geral com outros usuários. Aumentam a dose usada algumas vezes, porque, com o tempo, a mesma quantidade de drogas produz menos efeito. Quando o indivíduo pára subitamente de usar o inalante os sinais de abstinência são raros e discretos. Também não se figura síndrome de abstinência. A tolerância pode ocorrer, instalando-se em um ou dois meses.

Principais inalantes e solventes:

Os solventes estão presentes em muitos produtos comerciais. Existem dois grupos principais:

Substâncias voláteis: éter, clorofórmio, gasolina, benzina, fluído de isqueiro, Carbex.
Substâncias usadas na indústria como solvente, diluente e adesivas: cola de sapateiro, tintas, vernizes, removedores, limpa-manchas, esmaltes.

Estes produtos pertencem a um grupo químico chamado Hidrocarbonetos Aromáticos ou Afiláticos cujas substâncias ativas são: Tolueno, N-hexano, Benzeno, Xilol, Acetato de Etila, Cloretila ou Cloreto de Etila etc.

Nomes populares: cheirinho da loló ou loló, lança-perfumes ou lança, cola.

Efeitos da abstinência: cefaléia, tonturas, náuseas e vômitos, tremores, convulsão, ansiedade, insônia, irritabilidade , hiperatividade

Superdosagem: sinais de pânico, ansiedade, confusão e agressividade. Olhos injetados de sangue, náuseas, convulsões e parada cardíaca, depois de estresse físico. Risco de morte por asfixia. Desorientação, falta de coordenação motora, andar cambaleante, violência. Depressão do Sistema Nervoso Central.

Cuidados de emergência:

*levar a pessoa ao ar fresco, ou administrar oxigênio;
*tratar as respostas emocionais, realizações de pânico, ansiedade e agressividade
*manter a vitima calma.
*Monitorize a vítima cuidadosamente pois as complicações podem ser fatais.
*Tratamento sintomático.

Professor Mário

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Quem sou eu

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Sou paranaense de Ivaiporã e atualmente morando em Hortolândia desde 1991. Sou formado em matemática pela UNIVALE (PR), com especialização pela UNIG ( RJ ). Também sou formado em engenharia civil pela PUC - CAMPINAS ( PUCCAMP). Leciono atualmente na EE Prof. Euzébio A Rodrigues.Já lecionei em diversas escolas de Hortolândia-Sp e também em Sumaré - Sp. Nas escolas onde lecionei, fui representante de escola junto à APEOESP ( Sindicato dos professores ), além de ter sido também conselheiro regional. Defendo que a educação ( escola ) seja de qualidade e acessível para todos, onde tenhamos uma sociedade com cidadãos conscientes de que precisamos lutar por um mundo mais justo e com igualdade para todos. Esse é o verdadeiro papel da educação. Vamos à luta,pois sem nenhum esforço e dedicação, não conseguiremos atingir todos os nossos objetivos.
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